04 setembro, 2005

what to do when the wisky is over and the night is just beggining


Fazem 20 anos que as pessoas ouvem My Bloody Valentine. Tá certo, nem todas as pessoas ouvem My bloody. 20 anos desde o primeiro ep. É impressionante o que essa banda consegue fazer comigo. Esse disco aí do lado me reabilita, me faz sentir muitas coisas, me esquecer do surrealismo da minha condição.

Eu me sinto um adolescente de novo ouvindo ele, me apaixono pela mulher cambiante das minhas memórias, "A" mulher, a ideal, a que não existe. Um romântico, My Bloody me reduz a um romântico, meio primitivo, meio místico. me faz inspirar o ar puro de fumaça de cigarro, beber a cristalina àgua ardente sentir a beleza do torto, como nas melodias doces atrás de paredões assimétricos de distorções e microfonias.

Estou balançado por alguém, alguém que não ouve my bloody, ao menos não consigo imaginá-la percebendo a beleza de cupid come ou perdendo a respiração na faixa anterior. não, ela não ouviria my bloody.

My bloody não é uma boa trilha sonora para crises existenciais, mas tudo bem, eu não sou muito bom com trilhas mesmo, vai essa.

Uma descrição do meu estado de espirito as 5:24 da manhã de um domingo que promete ser longo e tedioso como só um domingo consegue ser: eu me sinto morto, anestesiado, assexuado, em estado de animação suspensa, boiando num líquido amarelo e viscoso, sem conseguir pensar direito, sem conseguir agir, sem controle sobre o meu corpo e o meu espirito, se é que eu tenho um ainda.

My bloody é a trilha sonora do meu espaço interno, que vacila de um lado para o outro como a guitarra de only shalow. Mas essa é do outro disco...