Velocidade
Ela corre. Os espaços se delineiam fora do escopo da memória ou da consciência. Sente o vento no rosto e nos seios. Cruza o templo de neon sem ser percebida por qualquer olhar. Tudo que importa são as sensações e a velocidade.
Luzes coloridas em vitrines, placas e letreiros se fundem como num caleidoscópio e isso a excita. Ela corre. Vive em um tempo diferente dos demais, uma frequência diferente, mais rápida.
Descobriu que podia fazer isso aos 17 anos, quando voltava da escola a pé e chegou em casa antes de seu irmão que estava de carro. Na época não entendia como aquilo era possível, mas como todos os curiosos logo dominou a prática e o conceito.
A velocidade era a chave, só ela sabia. Quando corria conseguia escapar da frequência padrão, vibrar seus átomos em outra sintonia e como os sons muito agudos, inaudíveis aos ouvidos humanos, ela se tornava invisível aos olhos comuns. Nestes instantes toda a cor era luxúria, todo contato era êxtase!
Hoje ela tem 23 anos, não mora mais com os pais. Alugou um jk no centro da cidade de neon, onde dorme durante o dia. Durante a noite corre.
Corre nua. É uma Barbarella elétrica, explorando a noite com paixão e volúpia. Extremece à cada curva, à cada mudança de direção. Vibra com as luzes, com o toque.
É uma Valentina Borderline, ferindo a noite como um punhal de antimatéria, uma adaga surreal. Não percebe seu encanto, apenas sente a fúria, velocidade, tesão.
E quando a noite acaba e o templo de neon se apaga, ela retorna para o plano cartesiano e dorme.
Luzes coloridas em vitrines, placas e letreiros se fundem como num caleidoscópio e isso a excita. Ela corre. Vive em um tempo diferente dos demais, uma frequência diferente, mais rápida.
Descobriu que podia fazer isso aos 17 anos, quando voltava da escola a pé e chegou em casa antes de seu irmão que estava de carro. Na época não entendia como aquilo era possível, mas como todos os curiosos logo dominou a prática e o conceito.
A velocidade era a chave, só ela sabia. Quando corria conseguia escapar da frequência padrão, vibrar seus átomos em outra sintonia e como os sons muito agudos, inaudíveis aos ouvidos humanos, ela se tornava invisível aos olhos comuns. Nestes instantes toda a cor era luxúria, todo contato era êxtase!
Hoje ela tem 23 anos, não mora mais com os pais. Alugou um jk no centro da cidade de neon, onde dorme durante o dia. Durante a noite corre.
Corre nua. É uma Barbarella elétrica, explorando a noite com paixão e volúpia. Extremece à cada curva, à cada mudança de direção. Vibra com as luzes, com o toque.
É uma Valentina Borderline, ferindo a noite como um punhal de antimatéria, uma adaga surreal. Não percebe seu encanto, apenas sente a fúria, velocidade, tesão.
E quando a noite acaba e o templo de neon se apaga, ela retorna para o plano cartesiano e dorme.